5 de set. de 2010

24.08.2010

Um velho homem negro, impunhando sua bengala, tentava a custo e esforço rasgar aquele imenso deserto entre uma calçada e outra. Estávamos entre monstros metálicos, compostos por rodas e vidros, e sua paciência não era compatível com a força que tinha. Ele tremia e ofegava e suava e olhava as pessoas em volta como se quisesse absorver um pouco da juventude dos demais, mesmo esse esforço era em vão. Após alguns minutos pude ver aquele homem chegar ao outro lado com sua bengala e suas sacolas e fiquei triste ao perceber que somos como o vento, bons ou ruins nós passaremos, independente de ter alguém nos vendo ou ouvindo.

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