31 de out. de 2006

Musa do túmulo

Vi entre os arbustos sua imagem translucida
vi um olhar dizendo adeus...
Eu chorei como quem morre e não deixa de existir
eu morri.

Escavei seu túmulo procurando uma célula que fosse
precisava de uma prova concreta
precisava de um tapa na cara
não queria acreditar que te perdi.

Ali estava eu, caida ao chão
desolada e tão perdida
abraçada ao seu corpo em decomposição.

O que eu era, o que seria de mim?
você era meu tudo
tudo que perdi.

Amor platônico II



Acho que seria melhor te afastar da minha mente
e ter mais tempo para viver meus dias monótonos sozinha
viver minha vida, cada dia como sempre,
e te esquecer.
Eu estaria mais segura nos meus sonhos sozinha
sem a sua presença perturbadoramente linda
que distrai os meus traços
o meu viver corretamente.
Eu estaria livre de toda culpa
todo pecado, então diria: assim seja.
meu deus me perdoaria
talvez meu pecado seja grande.
Talvez eu queira tanto te ter em meus delírios
que te afaste de mim noite após noite
para evitar que o meu pecado me condene
e viver o inferno-mundo sonhando com seus beijos.
Meu viver se torna insano
se aumenos tivesse seus lábios para curar meus delírios
sua presença nas noites que me sinto só
ou ouvisse sua voz para satisfazer meu vício.
Eu então seria feliz
meu amor platônico seria feliz.