22 de abr. de 2008

Olhos vendados


Como posso eu, sentir sua pele
E a textura de seu cabelo
Como posso, é impossível!
Jamais olhei em seus olhos
Ou senti seus lábios nos meus...
Como posso sentir seu calor,
O sinto queimando dentro de mim
Correndo meus pêlos
E de repente sinto sua pele branca
me acariciando com desejo...
Sua respiração quente,
Desejo assim como
A umidade dos seus beijos.


Meu faro em busca do teu falo
Encontrou um caminho pedregoso
Onde me arranhei muito.
Em cada gota de sangue
Senti seu cheiro...
Como valeu a pena
Como me deu prazer
Pensar no gosto que sentiria
Em sua pele me deu dorça,
E fui forte!
Todo tortuoso caminho
Feridas e chagas
Valeram a pena
Sentindo-te entre meus dentes.



Encanto

Seus cabelos no rosto
Escondem olhos lindos!
Um sorriso de menino
Escondendo o homem
Por tras do corpo delicado.
Numa palavra traduz o infinito
E tras ao firmamento
Dúzias de sonhos
Que serão realizados.
Dirija sua vida
Para todos os caminhos que quiser,
Viaje, vá além
De tudo que julgue fronteira
Vá para onde os passos o levarem...
Seja menino para todos
E homem
No infinito dentro de você
E viva todos os dias.

18 de abr. de 2008

Eu quero ter a vida ardente
De um sonhador dionisíaco
Dançar em torno de suas fogueiras
Beber de seu vinho.
Não ter vergonha ou pudor
Uma falsa moral conveniente
Aquele medinho de ser feliz...
Meu sangue é quente
Meus olhos brilham
Na minha fronte não há uma auréola,
Mas suor de uma noite inteira
Eu dancei, brindei tantas vezes
Vi o raiar do sol
E ainda bebi um último gole de vinho.
Quero correr descalço
E inalar a fumaça da vergonha alheia
Cuspir suas verdades
No prato das suas preguiças
E provar que ainda assim
É possível ser feliz.


12 de abr. de 2008

MULHER FATAL

Escarneces de mim virgem impura
De lábios sedentos por extrair minha essência
E vaga obscura sob o meu pólem
Que desabrocha a cada anoitecer.

Faça sua vontade pelo meu corpo ainda humano
Que te repele e te atrai
Com o mais suave gosto de vinho
Correr minha pele ensanguentada por seus beijos.

Torture-me toda noite em meu leito puro
Com visões de sua morada
No profundo pensar não esquecido.

Me embriague com suas palavras
Me faça prisioneiro de seu cárcere maldito
Me leve ao pico alado da loucura
Que seja esse o momento mais especial.

Para que saibam
Que fui vítima do amor
Da mais linda donzela que conheci
A morte essa mulher fatal.

Porque eu vou parar
Se o mundo ao meu redor não para?
Se ta tudo girando
Na velocidade do meu pensamento
E digo que nada faz sentido nessa porra.
Aquele amor de botequim ficou no copo
O meu amor ficou na cama.
Vou beber
E não vou encontrar o meu amor no copo
Nem suas mãos vão estar no meu corpo
Quando eu acordar do coma...
Meu coração ainda bate
E sei que oxigênio está escasso.
Eu ainda bebo
E sei que não vou te encontrar no copo...
Essa noite vou beber
E saber que você estará em meus sonhos
Apenas lá.
Essa noite vou durmir
Sozinha, como sempre.
Explosão dos neurônios
Fúria total
Uma hora se cansa
Outra hora abre um sorriso.
Está cansada dessa mesmisse
Vê tantos horizontes a sua frente
Quer o mundo em suas mãos
Seu pai não deixa
Ela foge...
Sua vida é uma tragédia
Ela cai, corre, tropeça
Seus dias felizes são contados
E até sua pureza foi deixada
Num copo de lágrimas.
Ela então foge de si mesma
Está tão perdida em seus pensamentos
De repente o mundo ficou tão pequeno.
Seus desejos não são mais saciados
Suas vontades não serão satisfeitas
Não há mais ninguém
Para lhe dar um beijo de boa noite
A criança agora dorme na rua
Em alguma esquina fria
Sem suas bonecas
Sem seus sonhos
Jaz sem vida!
Apenas naqueles momentos
Em que gostaria de deslizar
Minha língua em sua pele branca
Posso imaginar em sentir
O suor de desce dos poros deliciosos
Do nosso amor.
Talvez eu consiga sentir
Seu peso em meus delírios
Apertando meus braços
E trincando os dentes como antes...
Nem consigo sentir o peso de
Seus pensamentos
E sua cruz nem é tão grande
Divida-a comigo!
Boa noite menino, boa noite
Durma comigo.

Em que bela mentira
Se transformou minha vida
Acordo cedo para não perder
As primeiras horas do ócio,
Depois durmo de novo.
Sorrio sempre, para todos
Devolvo com naturalidade
Os olhares de desprezo
Os seus olhares auspiciosos
E como a mesa dos meus amantes...
Continuo fingindo que ainda
Existe paixão nisso
E finjo, muito bem
Muito bem
Que não te amo.
Quem sabe assim você continue comigo.
Eu queria atenção e carinho,
Mas me contento com cerveja e cigarros
Quem sabe de manhã
quando eu for embora
Você feche os botões
De sua camisa azul
E finja que não esteve comigo.